Você já se perguntou por que o Vale dos Reis, em Luxor, é um dos lugares mais fascinantes e misteriosos do Egito Antigo? Este cemitério monumental guarda os túmulos dos faraós mais importantes do Império Novo (entre 1400 e 1100 a.C.) e até hoje intriga viajantes e estudiosos do mundo todo.
Foram encontrados 65 túmulos escavados em um vale seco, longe da cidade, na tentativa de proteger os faraós e garantir a sua “viagem segura” para a eternidade. Mas por que, afinal, os faraós escolheram o Vale dos Reis para serem enterrados?
Por que os túmulos dos faraós foram construídos no Vale dos Reis?

A resposta é dupla: ideológica e geográfica.
👉 Do ponto de vista religioso, tudo está ligado aos deuses egípcios. No norte, em Heliópolis, dominava o deus Rá, representado pelo sol visível e pelas pirâmides, que simbolizam os raios solares. Já em Tebas (Luxor), o deus principal era Amon, o “invisível”. Assim, se os faraós eram seus representantes na Terra, seus túmulos também deveriam ser invisíveis — escondidos nas montanhas e protegidos dos saqueadores.
👉 Já no aspecto geográfico, Luxor não possuía planícies amplas como Mênfis, nem pedreiras de calcário de boa qualidade para erguer pirâmides monumentais. A solução foi escavar diretamente nas montanhas do deserto.
Quem foi o primeiro faraó a ser enterrado no Vale dos Reis?
O pioneiro foi o faraó Tutmés I, que decidiu construir seu túmulo no vale. Para isso, foi criada uma comunidade única: os artesãos de Deir el-Medina, formada por pedreiros, pintores, escultores e artesãos que, por gerações, dedicaram suas vidas à construção das tumbas reais. Estima-se que cada projeto levava de 15 a 30 anos para ser concluído.
Quantos túmulos existem no Vale dos Reis?
Atualmente, o Vale dos Reis conta com mais de 60 túmulos descobertos. Cerca de 18 deles foram finalizados, ricamente decorados e abrigaram tesouros inimagináveis — infelizmente, muitos saqueados na Antiguidade. Outros 40 ficaram inacabados, seja por problemas na rocha, desmoronamentos ou falta de tempo durante o reinado dos faraós.
Como os antigos egípcios escavaram túmulos tão profundos sem luz elétrica?
Você sabia que alguns túmulos chegam a mais de 180 metros de profundidade? Acredita-se que os egípcios utilizavam lâmpadas a óleo feitas com gordura animal, cuidadosamente projetadas para evitar fumaça. Outra hipótese é o uso de pedras fosforescentes para iluminar os corredores. O impressionante é que, mesmo sem tecnologia moderna, as paredes foram pintadas com detalhes tão vivos que parecem fotografias.
Quais são os túmulos mais bonitos do Vale dos Reis?

Se você vai visitar o Vale dos Reis, alguns túmulos são simplesmente imperdíveis:
- Túmulo de Seti I – considerado o mais belo e o mais caro para visitar (cerca de 60 dólares por pessoa). Rico em cores e detalhes impressionantes.
- Túmulo de Ramsés V e VI – irmãos faraós que foram enterrados juntos em uma tumba monumental.
- Túmulo de Ramsés IV – famoso por suas inscrições e pela amplitude da sua câmara funerária.
Qual é o significado das pinturas nas tumbas do Vale dos Reis?
As paredes são verdadeiros “manuais para a vida após a morte”. As pinturas mostram o caminho do faraó até o paraíso, passando por 12 portais ou desafios que deveriam ser vencidos até alcançar a eternidade.
Símbolos como serpentes aparecem com frequência, representando perigos a serem enfrentados na jornada cósmica. Entre elas, destaca-se a temida Abo Fas, uma serpente venenosa típica do sul do Egito que simbolizava ameaças reais e espirituais.
Por que visitar o Vale dos Reis?
Explorar o Vale dos Reis é mergulhar em uma das maiores heranças da humanidade. Além da riqueza arqueológica, o local transmite uma atmosfera única, onde mistério, espiritualidade e história se encontram.
Se você está planejando uma viagem ao Egito, incluir o Vale dos Reis no seu roteiro é indispensável. Afinal, onde mais no mundo você poderia caminhar pelos mesmos corredores que guardaram faraós como Ramsés, Tutmés e Tutancâmon?
👉 Dica de viagem: Para aproveitar ao máximo a visita, vá acompanhado de um guia especializado que explique a simbologia e os detalhes de cada tumba.